quinta-feira, 29 de julho de 2010

Abertura

Esta "cena" das tecnologias modernas mexe comigo. Apesar de ter uma relação próxima com os computadores, desde 1976, tem sido uma luta tremenda para acompanhar esta evolução, muitos bytes à frente, e que não pára.

È evidente que o meu acompanhamento tem sido muito mais na óptica do utilizador prático do que técnico. Os “bites”, os “bytes”, os Kbytes”, os “Mbytes”, as “Drives”, os “Links”, etc., etc., etc., isso deixo para quem sabe do ofício. Eu só quero poder desfrutar da evolução. Navegar (ai navegar, navegar, ó minha caninha doce…).

Mas, dizia eu, fazendo uso destas “modernices”, já há muito que era minha intenção criar um blogue (vamos utilizar termos nacionais segundo novo acordo ortográfico, tanto quanto possível), principalmente depois de ter abandonado a escrita, mais ou menos habitual, numa coluna do JM que dava, e dá, pelo nome de “Críticas do Pau de Fio”.

O “desaparecimento”, tão súbito quanto inesperado, do Yuri (um Gentledog), precipitou esta minha decisão adiada de há longo tempo. Não tem qualquer pretensiosismo, antes tende ser um espaço tipo “muro das lamentações” que, também já há muito tempo deixei nos “Sócios da Mangueira”. Coisas incompreensíveis que, cada vez mais, começam a fazer sentido na sociedade conturbada em que vivemos.

Havemos de perceber isto com o decorrer do tempo. Cada um de nós terá a sua opinião.

Volta e meia, meia volta, dou comigo a pensar com os meus botões e a comentar; gostava de publicar isto no JM, mas algo me diz que “vai dar bronca” e não publico. Nem escrevo, para não haver tentações. Um jornal é um jornal e a escrita de opinião tem que ter algum critério. Há muitas pessoas e responsabilidades envolvidas e é preciso que nos respeitemos.

Que não me respeitem a mim, eu aceito. Mas já não aceito não respeitar os outros. Por isso, não tenho o direito de escrever nas colunas de um jornal, coisas que podem ferir susceptibilidades e co-responsabilizar terceiros, quando a responsabilidade é só minha. Assim, assumindo por inteiro aquilo que aqui possa vir a escrever, estou muito mais à vontade para poder desabafar as minhas mágoas.

Real República dos Ónagros, porquê? – É um título que já uso há muito tempo mas que nunca divulguei. O significado de Ónagro pode abranger várias vertentes, daí o seu interesse e a sua explicação, Dentro dessas vertentes abrangentes, cada um pode ter, ou fazer, a sua interpretação. A exemplo das “Críticas do Pau de Fio”, pretende ser um espaço amplo onde podemos divagar sempre vestidos de preto.

Numa vertente académica, uma república destaca-se das outras casas para estudantes pelo seu objectivo de, além do estudar para disciplinas procura também ensinar um “saber viver”, “saber fazer” e “saber dizer” utilizando a vida boémia e convívios para despertar o debate e reflexão por temas mais complexos.(Wikipédia)

Vou tentar fazer deste espaço, não uma casa mas um auditório ou um fórum, se quiserem, onde se possam partilhar ideias, pensamentos, críticas, opiniões, contrastes do dia-a-dia… eu sei lá! Tudo o que entendermos por bem. Neste espaço, onde liberdade não significa libertinagem ou rebeldia significa revelia, nem contestação significa anarquia, é proibido proibir.

Vamos, então, mutuamente fazer um pacto e trocar conhecimentos e vivências onde possamos ensinar-nos a saber viver, a saber fazer, a saber dizer de uma forma coerente.

Como não podia deixar de ser, até porque é ele o grande responsável por esta decisão, o primeiro texto é inteiramente dedicado ao Yuri (um Gentledog). Penso que irá ser publicado no JM, mas faz todo o sentido que faça parte da história deste espaço. Poucas pessoas perceberão isto mas também o tempo o há-de explicar.

Enquanto não arranjo uma forma de despedida condicente com o blogue, despeço-me com uma máxima de outro grande vulto da nossa sociedade: façam-me o favor de ser felizes.

3 comentários:

  1. Mais um projecto, Helderix.
    A tua irreverência mantém-se... Felizmente!
    Todos temos obrigação de ser irreverentes, não acomodados, construtivos!...
    Parabéns, por mais este espaço de reflexão.
    Um abraço.

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  2. Ora aqui está um blog que vou passar a ler. Foi pena ter começado logo com a homenagem ao Yuri. E que bela homenagem!
    Mas acutilante como é...cheira-me que vai ser um espaço que vai dar que falar!!!
    Aqui estarei para dar também a minha opinião.
    Beijinhos
    Madalena

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  3. Não serei a pessoa mais indicada para falar do Helder, pois dos 57 anos que levo de vida apenas partilhei com ele alguns meses que passamos no Mindelo (tropa - cabo Verde), no entento deu para perceber que o Helder defende valores e princípios com os quais me identifico e no Portugal de hoje, é muito importante que apareçam espaços como este onde ainda podemos dar as nossas opiniões livremente.
    Um grande abraço.
    Zé Guimarães

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